terça-feira, 9 de outubro de 2012

Lula x FHC - Parte 1

Começo esse texto fazendo uma pergunta objetiva. Quem foi melhor, Lula ou FHC?

Em 3 partes irei expor as participações políticas e suas realizações, sem a intenção de denegrir a imagem de nenhum dos dois. Tanto Fernando Henrique quanto Luiz Inácio, tiveram grande importância no cenário político brasileiro e certamente cometeram erros e acertos. 

O Início

Acompanho política desde os meus 15 anos, quando Fernando Collor de Melo disputava com Luiz Inácio Lula da Silva a vaga ao posto de presidente da república. Estava começando a me interessar por um assunto tão complexo naquela época. Mas vamos voltar um pouco no tempo.

José Sarney era o presidente anterior, que ficou conhecido por tentar implementar programas de pouca eficiência, como a criação da Sunab e seus famosos fiscais, que tinham a função de "fiscalizar" os abusos praticados pelo comércio em geral. Numa época onde a inflação atingia números astronômicos, em torno de 350% ao ano, todas as tentativas acabavam fracassando por várias razões. Do ponto de vista econômico, o governo Sarney foi bastante conturbado. Herdeiro dos problemas gerados pelo modelo de desenvolvimento econômico estabelecido durante o regime militar e agravado pelas sucessivas crises internacionais, o governo elaborou vários planos para combater a inflação e estabilizar a economia. Sem a estabilização, nada adiantaria, já que os altos juros, engoliam os salários e o poder de compra dos trabalhadores era zero. 



Veio então a era Collor, sem muito sucesso nessa área, pois a inflação não parava de crescer, chegando em 1989 (805% ano), 1990 (1689,87% ano), 1991 (458,38% ano) e 1992, em seu último ano de mandato, pois sofreria o impeachment, a inflação ficou em (1174,67% ano). Era preciso fazer algo urgente!

Assim que o vice presidente Itamar Franco assumiu no lugar de Fernando Collor, realizou algumas mudanças em seus ministérios. Uma delas aconteceu em maio de 1993, quando Fernando Henrique Cardoso assumiu a pasta da fazenda e ficou encarregado de resolver essa "bucha" que se arrastava por décadas. 
Nesse período, começou a implantar o Plano Real, que foi dividido em três etapas, sendo as duas primeiras implantadas enquanto era ministro. Resumidamente falando, a primeira etapa foi controlar os gastos públicos, na segunda criou a URV - Unidade Real de Valor, já prevendo sua posterior transformação no real, uma jogada de mestre. Venceu Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 1994, já que gozava de boa popularidade em função do trabalho de estabilização da moeda e assim que assumiu a presidência, em janeiro de 1995, iniciou a terceira etapa.

O sucesso do plano real foi imediato. Em 1993 o IPCA havia registrado alta de 2477,15%, já em 1995 o IPCA apresentou um valor de 22,41% e este valor foi caindo até chegar ao recorde de 1,66% em 1998 (Dados IBGE). O fantasma da Hiper Inflação finalmente seria derrotado. Tanto que FHC com índices de popularidade significativa seria reeleito já no primeiro turno com 53,06% dos votos, contra 31,71% do seu adversário, Luiz Inácio. Este só conseguiu derrotar FHC nos estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Após a estabilização econômica e controle da inflação, FHC iniciou uma nova etapa, que seria a reforma do estado, promovida em seus dois mandatos e que faria um controle rigoroso das contas públicas e dos gastos com o funcionalismo. 
Fernando Henrique conseguiu a aprovação de várias emendas que facilitaram a entrada de empresas estrangeiras no brasil, com o intuito de acirrar a concorrência interna e diminuir preços. Foi muito criticado pela oposição e por alguns empresários que estavam renegociando suas dividas, uma vez que a abertura agravou a crise em alguns setores, pouco produtivos, em função da chegada de empresas mais sólidas e competitivas. 
O setor mais beneficiado com essa abertura foi o das telecomunicações, fazendo por exemplo, o valor de aquisição de uma linha fixa de telefone, que antes custava R$ 8.994,66, cair ao patamar de R$ 250,00 e gradativamente este valor chegaria a custo zero nos anos seguintes.

Naquele momento a vida havia se tornado melhor para a classe trabalhadora que com a estabilidade e controle da inflação, podia planejar melhor seus investimentos e controlar suas despesas sem surpresas. Claro que muitas questões ainda precisavam ser levantadas e corrigidas e irei detalhar melhor essas questões nas partes 2 e 3. 

Acompanhem..

Um abraço.




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