segunda-feira, 12 de novembro de 2012

As cidades, sua gente e seus recomeços

Começou a chover, e nós, mortais, acostumados com o abafado da metrópole, cinza e quente, começamos a contemplar a tal chuva. Ela foi aumentando, aumentando e nem nos dávamos conta aonde ela iria chegar. Queríamos apenas que ela refrescasse ou fizesse a poeria baixar, só isso, pronto, está ótimo!
Mas ela queria mais, queria inundar nossos corações, para podermos entender que não é a natureza a causadora das grandes mudanças ou em alguns casos, grandes catástrofes. É o homem..

Produzindo mais carros e poluindo a atmosfera, afinal, o progresso está aí, e não podemos parar a máquina da evolução econômica, ou seria evolução humana? Mas que evolução é essa, que exclui seus atores?

Deixamos de perceber o simples e começamos a olhar para o futuro com uma paralisia cerebral desconhecida ou cega. O homem não pensa no que acontece a sua volta, mas planeja o futuro como se não tivesse que enfrentar o presente. O presente e suas consequências! 



E aonde iremos chegar? Para qual direção devemos seguir? ou simplesmente, porque?
Nada de planejamento, nem de precaução, nada de pensar no pior ou nos problemas que poderemos enfrentar no futuro, caso nossas atitudes sejam levianas e incompetentes, afinal, vivemos assim até hoje e não vai ser agora que as coisas vão piorar. E o mundo, viveu até agora com esses homens tomando decisões "equivocadas" e "corporativas", cheias de interesses. E ai de alguém que se levantar contra isso, apontando os problemas ou querendo mudar o rumo da prosa.

A chuva causa estragos, derruba pontes, invade comércios, destrói lares, famílias e sonhos. E quando percebemos já é tarde demais e tudo se foi. O que demorou anos e anos construindo, a "chuva" levou em instantes. "Chuva maldita", "chuva insensível", "chuva burguesa", que leva o pouco que foi conquistado, por quem tinha tão pouco a levar consigo. Deixando na mão, que tinha apenas os braços para carregar o que sobrou. E assim, mais um vez, vamos ter que começar tudo novamente, afinal, somos um povo guerreiro, que crescemos nas adversidades e estamos sempre prontos a recomeçar. 

De onde será que vem essa afirmação? Será que Eike Batista, Antônio Ermírio ou Abílio Diniz recomeçaram várias vezes suas vidas? Estilhaçadas pela falta de planejamento ou de bom senso ou simplesmente falta de competência de alguém? Não, certamente, não! Nesse mundo, quem paga sempre o pato é o pobre. Aquele que precisa se reinventar cada vez que alguém do poder ou da elite toma uma decisão errada e inconsequente.



Aquele que muda de lugar, que buscar o melhor para os seus, que vai atrás do incerto, sonhando com o dia em que seu filho possa viver sem medo de viver, ou em ter que encarar o que ninguém sabe bem o que é.
O simples é suficiente, quando junto vem a paz e a benção de estar entre aqueles que amamos. 

Vamos deixando de lado valores importantes e a cada dia percebemos que o "Eu" está acima do "Nós", ou que "Eu posso" é maior e melhor do que "Nós podemos". 
E esquecemos da frase "Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos". E vem as frustrações, inseguranças da vida jovem e adulta e nos deparamos com o tal do "Bullying", que não é tão novo assim, mas voltou a moda e ganhou status de problemas da juventude do século XXI. 

E nos importamos? Procuramos uma solução, ou nos contentamos com o "é o que tem pra hoje" ? 

E não cuidamos das ruas, e não cuidamos das escolas, e não cuidamos da saúde, e não cuidamos dos córregos, e não cuidamos da segurança, e não cuidamos dos transportes, e não cuidamos dos idosos, e não cuidamos das crianças, e não pensamos no futuro de ninguém e no final, não cuidamos de nós mesmos. E Eles, não irão cuidar!! 

Poder, poder e só pelo poder! 
Até quando ?
Responda você!