quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Um País de uma torcida "só"

O texto a seguir não tem autoria, foi extraído da internet, mas reflete bem o momento da nossa ainda frágil democracia brasileira. 

Vale a pena a leitura!  



"Um desabafo de torcedor e cidadão.

Sou corintiano, casado e tenho 31 anos de idade. 

A tragédia de quarta na Bolívia domina as manchetes dos jornais. Antes dela ocorreram outras inúmeras tragédias e parece que nada muda.

A punição dada ao clube (Corinthians) tem que ser cumprida e não deve ser questionada. Um ano sem torcida no estádio, em um único campeonato é muito pouco para uma vida perdida. Alias qualquer punição dada a qualquer pessoa não vale uma vida perdida.

Ao idiota que levou o rojão ou sinalizador ao estádio (no mínimo totalmente imprudente ou sem nada na cabeça), que a lei seja cumprida e ele seja punido por homicídio culposo (sem a intenção de matar). Assumiu o risco de manipular algo que pode matar, em um local publico.

Que a presidente não ouça os apelos de ajuda desses marginais e não de auxilio a mais ao que qualquer brasileiro que comete crimes no exterior merece. 

Aos clubes, que prestem mais atenção aos torcedores que financiam e ao que eles aprontam dentro e fora dos estádios. A linda imagem construída nos últimos três anos com títulos e mais títulos ficará manchada.

Que em qualquer dia tenhamos paz entre torcidas ou paz das pessoas que não ligam para futebol. 

Que quem vai trabalhar volte em segurança para casa sem ser assaltado ou assassinado. Que bandidos sejam punidos em qualquer esfera, o lugar deles é na cadeia e não nas ruas e estádios colocando medo nas pessoas de bem.

Só criaremos uma sociedade realmente justa no momento em que as punições realmente acontecerem e forem cumpridas. 

Não adianta pedir para tirar o Renan da presidência do senado e bater em torcedor de torcida rival ou mesmo justificar o voto para pegar uma bela praia.

Não adianta vibrar com democracia e ser contra a manifestação de uma blogueira que pede apenas liberdade de expressão em sua pátria (que vive uma ditadura disfarçada de socialismo).

O jeitinho brasileiro para tudo já deu, cansou, está apenas nos atrapalhando. 

Dizemos que temos "jogo de cintura" para diversas situações, quando na verdade muitas vezes esse jogo de cintura nada mais é do que passar por cima de normas e leis, sempre prejudicando alguém.

Um erro não justifica o outro. Se não houve punição até agora, que comece a ocorrer punição e não pare mais. Que as pessoas que andam dentro da lei tenham a proteção da justiça contra quem tenta infringir a lei. 

A criança morta no estádio, o idoso que morre sem ajuda no hospital ou o pai de família assassinado no transito pode ser um familiar seu ou meu. 

Todo o dia acontece em todos os lugares. A injustiça reina no Brasil e na América do Sul. Ficamos calados e continuamos nossas vidas com medo, subindo os muros de nossas casas e nos trancando cada vez mais em nossos pequenos “fortes”.

Não adianta colocar a culpa na rede Globo, na CBF, nos deputados e na presidente. 

Eles só tem o sucesso que tem ou estão nos cargos que estão devido ao seu voto, a sua audiência ou a sua preferência. 

Nós podemos mudar isso, quem elege os políticos somos nós. Você tem o controle remoto e pode mudar de canal. Temos o dever de cobrar a punição seja do mensaleiro, do torcedor ou do traficante.

Que seja o inicio de uma profunda mudança na sociedade. 

Toda grande tragédia tende a trazer mudanças. Que a boate Kiss não seja esquecida, que a menina atropelada ano passado pelo adolescente de jet-ski não seja esquecida. Todos esses eventos tem algo em comum: o desrespeito a lei e a sociedade e o nosso medo da impunidade prevalecer.

Mesmo ocorrendo na Bolívia, essa ultima tragédia brasileira repercute demais no Brasil, pois serão milhares punidos sem poder ver seu time dentro do estádio. Punição coletiva, que a mudança de comportamento também seja coletiva. 

Como disse o técnico Tite, trocaria o titulo mundial pela vida de um jovem de 14 anos que queria apenas se divertir. 

Que a tragédia traga mudanças positivas não só para o futebol, mas para todo nosso país."

(Anonimo)

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