segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A Direita no Brasil acha que é Esquerda!

Estamos presenciando um momento de transformação na política nacional. Um momento em que, para muitos, seria uma repetição do que ocorreu há 25 anos atrás, quando os militares devolveram o poder aos civis e teríamos novas eleições para Presidente. 







Naquela época, tínhamos uma esquerda atuante, forte, firme em seus princípios, e que às vezes até se confundia com Anarquismo. Uma esquerda que em suas discussões, fossem no congresso ou nos bares, não se importava com o que era correto para chegar ao poder. Precisava parecer atuante e se mostrar eficiente. Queriam uma chance na mesa de debates, para, não só colocar suas idéias, mas também apresentar ao país uma nova proposta de condução da política nacional. Foram ganhando espaço e cadeiras nas disputas eleitorais.
Eram épocas difíceis, em que a inflação chegava a 200% ao mês, causando uma corrida aos supermercados no primeiro momento, antes que os preços disparassem.

Foi a esquerda que nos apresentou o presidente com o maior índice de aprovação da história. Um homem carismático, não tão culto e democrático quanto o seu antecessor, mas que tinha objetivos bem traçados, tanto para o seu governo quanto para seu futuro na política.
Lula foi um homem que colocou em evidência no cenário nacional discussões sobre "Fome", "Pobreza" e "Trabalho", temas deixados em segundo plano por vários governos.
Algumas vezes se aproveitou disso de forma eleitoreira, mas não podemos negar que alguns de seus projetos deram mais dignidade às pessoas menos favorecidas.









A esquerda ganhou força, sentido, e, principalmente, "Status". Todos, de uma forma oficial ou ideológica, eram de esquerda e queriam pegar carona nos altos índices de popularidade que o presidente metalúrgico havia atingido. Tivemos o papelão do candidato José Serra, que se deixou levar por essa onda populista de esquerda naquele vergonhoso caso da propaganda eleitoral ao lado de Lula.
Daquele momento em diante, a direita havia esquecido qual era seu papel e se "transformado" e/ou se "sujeitado" a parecer de esquerda com discursos de continuísmo do projeto atual de governo

Não sou simpático a nenhum partido, ideologia política ou partidária. Sou simpático a projetos que tenham como objetivo o bem desse país, sejam eles de direita, esquerda, centro ou indefinidos.
Mas percebo uma direita perdida dentro desse processo todo. Uma direita que já teve ótimos representantes e claros os seus papéis, fossem eles liberais ou conservadores. Eles tinham uma identidade e sabiam quais eram suas causas!
Fernando Henrique foi um deles. Embora sua formação tenha sido em Sociologia, seu governo buscou solução aos problemas macroeconômicos, principalmente, a inflação, que chegava aos avassaladores 2.200% ao ano, e com isso muitas vezes foi confundido ou induzido a parecer Neoliberal. E também por seu partido, PSDB (Partido da Social Democracia Brasileiro), ter se aliado ao extinto PFL (Partido da Frente Liberal), que mais tarde mudaria para DEM (Democratas).
Foi um presidente que iniciou projetos importantes e que facilitaram a vida dos seguintes Presidenciáveis.





Na última eleição a Presidência da República, vimos uma direita absolutamente perdida, com dificuldade em escolher seu representante e apresentando estratégias erradas e mal planejadas, como no caso da indefinição entre Aécio e Serra. Inclusive gerando um desgaste interno entre seus membros.
Hoje a Direita, ainda sem saber que caminho tomar, novamente se comporta como a Esquerda, querendo ser contra tudo e contra todos, o tempo todo preocupada em conseguir assinaturas para abertura de CPIs. Tem medo de definir uma posição de oposição e se afastar do governo, que ainda vive da grande popularidade alcançada pelo ex-presidente Lula. Mas principalmente se afastar dos eleitores e ficar cada vez mais longe do Palácio do Planalto.  

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(Por: André Drumond)

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